O Transtorno Obsessivo Compulsivo, conhecido como TOC, é um transtorno que provoca crises recorrentes de obsessões e compulsões “aparentemente” sem uma causa. Segundo a OMS, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) atinge cerca de 2,5% de toda a população mundial e que até 2020 o TOC ficará entre as 10 doenças ou transtornos que mais comprometem a saúde. Só quem sofre desse transtorno ou quem conhece de forma mais íntima alguém que sofra dele, sabe da dificuldade e do sofrimento que é ter que passar por esses rituais repetitivos e toda uma situação aparentemente irracional.

O TOC tem como causa um “choque” que na maioria das vezes é imaginário, ou seja, ele vem de um trauma que pode até ter sido real, mas não é tão forte a ponto de causar um Transtorno Existencial. Hoje vamos entender um pouco mais como o TOC funciona na mente e quais são suas principais causas.

No Transtorno Existencial a energia é forte o suficiente para danificar as funções tensoriais e pulsionais e não consegue por meio de equivalências encontrar uma saída, uma solução. Já no TOC acontece um deslocamento pulsional, que é quando a energia de um neurônio ontológico é transferida para outro neurônio que não é pulsional. Só que como ele recebe essa energia, ele passa a ser pulsional.

O TOC é um transtorno de deslocamento pulsional, ou seja, a energia de um neurônio ontológico é transferida a um outro neurônio que não é pulsional, e então por essa energia que ele recebe ele passa a ser pulsional. Lembrando que o neurônio ontológico é uma simbolização do Real, e o Real é mapeado no corpo através dele. Desta forma, é importante entender que tudo no Real tem uma representação simbólica na mente, através de neurônios ontológicos.

Os neurônios ontológicos são ligados entre si via formações mentais, então o que acontece no TOC é que através de um “choque” do Real esses neurônios recebem um reforço pulsional. O choque é um trauma que não é tão forte a ponto de causar um Transtorno Existencial e, na grande maioria das vezes, tem sua origem em uma situação imaginária, onde se tem uma percepção inadequada da realidade e que foi apreendida como Real.

Uma coisa não muda, a origem tanto do trauma como do “choque” tem como causa a ameaça à sobrevivência ou integridade física e/ou à sexualidade. Na maioria das vezes a pessoa que sofre desses transtornos, principalmente do TOC, vai indagar que não se recorda desse evento. Isso acontece porque realmente como medida de defesa de algo que te trouxe angústia e sofrimento, a mente retira a capacidade de acessar essa informação. Como já vimos, para a mente, não importa se a origem do “choque” realmente aconteceu ou não, se está nela, ela encara como real.

Então nesse cenário um neurônio ontológico pulsional X irá disparar normalmente de acordo com seus deltas pulsionais. E como não possui uma saída consciente, e admitindo que um circuito de TOC foi gerado, outro neurônio ontológico pulsional Z via formações mentais será ativado. Forçando uma descarga via causação. Sendo assim, o TOC embora seja mais comum em pensamento e ações obsessivas pode recair nos 5 tipos de causações: emoção, prazer, ação física, pensamento e sentimento.

Veja que pelo parágrafo anterior uma causação será gerada devido a descarga de Z aparentemente sem motivo. Como justamente o TOC só acontece devido a “choques” em neurônios pulsionais, ameaças à integridade física ou sexual, eles são naturalmente poderosos e repetitivos.

Em outras palavras o neurônio ontológico original continua sendo pulsional, ou seja, de tempos em tempos ele vai disparar e exigir descarga. No TOC, esta ideia foi excluída da consciência, e conectada via formações mentais a outro neurônio. Este último sim, conectado à consciência, mas possivelmente bem diferente do original. Portanto, como a energia original pulsional do neurônio ontológico afetado pelo “choque” precisa sair, mas a consciência o travou, ele sai lateralmente via ligações com outros neurônio ontológicos via formações mentais

Para resolver este transtorno precisamos criar uma descarga ou saída definitiva desta energia para que ela vá embora definitivamente, ou seja, sem ser via deslocamento para uma das 5 causações, pois este processo cria os rituais repetitivos e as situações aparentemente irracionais do TOC.

É completamente desnecessário lembrar-se do fato em si, repetí-lo, encená-lo e dramatizá-lo para chegar nessa solução, como propõe algumas áreas do conhecimento. O que precisa ser feito realmente é retirar a força desta energia pulsional dando a ela outra saída. Este processo precisa ser conduzido e induzido. Não acontece naturalmente. Mas a plasticidade da mente e as marcas da existência permitem que este deslocamento ontológico dos neurônios afetados pelo “choque” seja realizado.

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Nos vemos em breve.

O TOC e suas causas

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